Oh, Elisabeth... (Diana Sarmento)


            A amiga Diana Sarmento é a segunda colaboradora do Como Assim¿¡. Ela ofereceu à nossos leitores um conto de sua autoria chamado Oh, Elisabeth... Se você gostar do texto dela, pode acessar seu blog pessoal clicando aqui. Seja bem vinda, Diana!



Oh, Elisabeth...
                                
Eu era um tolo. Um assexuado. Comprava revistas eróticas e pornográficas, mas não sentia a excitação que deveria vislumbrando um corpo seminu ou desnudo. Sexo oposto. Mesmo sexo. Os dois juntos. Nada. Eu já havia desistido quando conheci Elisabeth.
Uma aluna jovem e atraente. Um professor universitário de meia-idade. Parece mesmo uma dessas estórias clichês que ilustram os filmes adultos. Dizia meu melhor amigo, rindo do nosso relacionamento. Mas Elisabeth sabia que não foram suas cruzadas de perna provocadoras vestindo roupas curtas e apertadas, ou os seus decotes convidativos que me fizeram cair nos seus encantos. Devo admitir que até mesmo eu não conseguia tirar meus olhos dela. Era impossível resistir ao fascínio dos seus olhos felinos. Tinha cabelos com cheiro de libertinagem, uma dessas promessas insidiosas que faz qualquer homem enlouquecer. Qualquer um, menos eu. Talvez por isso ela tenha se interessado por mim também. As mulheres são espertas e sensitivas, até mesmo as mais distraídas sentem quando um homem está seduzido. E elas preferem sempre os mais difíceis de seduzir, por que elas não suportam se sentir rejeitadas. Não seria diferente com aquela jovem sensual que se sentava sempre à frente na sala de aula, claro. Julgava-a um bocado interessante, mas não partilhava dos suspiros dos meus outros colegas, também professores, com seus sonhos molhados e comentários rasgados e imaginativos sobre como deveria estar logo abaixo daquelas minissaias quando os bicos dos seios dela se eriçavam no frio do ar condicionado.
E era uma afronta ao conceito de assexualidade quando ela provocava e permanecia com suas feições angelicais... O anjo, na verdade, era eu. Sem sexo. Sem libido... Mas como resistir à rotina que ela melindrosamente armou para nós? Estávamos nos vendo cada vez mais até que eu me vi tão dentro da vida dela e ela na minha que não pude recusar seus beijos, seus afagos, seu namoro. E, bem, eu gostava dela. De verdade. Suas perguntas frequentes sobre a simplicidade da vida e seus conhecimentos sobre toda a complexidade do ser humano eram encantadores...
Oh, Elisabeth... Que era tão provocante e paciente.
Oh, Elisabeth... A quem todos se viravam para admirar...
Elisabeth, Elisabeth... A única capaz de interpretar que minha falta de interesse sexual era somente zelo.
Seis meses de namoro e tudo o que ela tinha conseguido comigo era carícia oral em ocasiões estranhas, como numa aula prática, particular, claro. Meu sexo simplesmente não correspondia ao calor do toque de Elisabeth...
Naquele dia, porém, ela estava diferente... Resolvi fazer um jantar especial em comemoração ao segundo trimestre juntos. Sempre fiz questão de ser romântico e gentil com ela. Talvez por compensação. Eu não lhe dava prazer
carnal, mas a cobria de carinho, amor sincero. Uma mulher como Elisabeth precisava de mais, eu sabia. Mesmo quando a minha boca cobria todo o seu amor, quente e úmido no meio de suas pernas, eu a ouvia gemer e sentia o seu corpo tremer, clamando pelo meu, dentro dela.
Preparei uma receita especial com cogumelos e aspargos. Fiz a mesa com flores e velas. Eu a estava seduzindo para a nossa primeira noite de sexo e nem sabia. Depois do jantar resolvemos assistir a um filme de terror. Preparamos o sofá-cama e nos deitamos abraçados. De frente um pro outro, sua cabeça apoiada no meu braço estendido. Eu já esperava suas reações assustadas e indefesas, procurando os meus braços protetores, mas no ápice das cenas de tensão percebi seu corpo calmo e estático. Ela havia adormecido, eu supus, e pela primeira vez senti a presença do seu corpo junto ao meu de uma forma confortável e inquietante. Cheirei seus cabelos perfumados e senti um odor diferente... Uma comichão se iniciou no fim do meu ventre e nas pontas dos meus dedos. Toquei a curva dos seus quadris salientes e senti uma vontade súbita de abraçá-la, mas não um abraço comum.
Era quase angustiante. Eu ansiava por roçar todo o meu corpo no de Elisabeth, como se tivesse um ardor que somente a pele dela pudesse aquietar. Na verdade, eu mal sabia explicar e ainda me sinto confuso, desejava sentir o corpo dela como nunca antes. Ou como quando da vez em que ela me chupou. Eu prendi a sua cintura nos meus joelhos e a sua boca acariciou meu sexo semi-teso e o deslizou pela bochecha morna e macia. Eu não podia segurar o gemido, ficando cada vez mais duro enquanto meus pensamentos vagavam longe da minha amada, por toda a sala de cirurgia... Suas mãos desciam a minha virilha com toques suaves e eu sabia que ela desejava sentir todo o meu amor pulsando dentro dela. Sugava-me com um prazer urgente e cada vez mais rápido. Lambia, chupava e quando a parte interna das minhas coxas tremia, meu devaneio quase sempre evaporava. Antes do gozo aliviador.
Quis me sentir parte dela, injetar todo o meu amor no seu ventre para fazê-la sentir como eu a desejava, finalmente. Abraçando, apertando, afagando, penetrando. Lembrei-me, de súbito, das suas feições quando chegava ao orgasmo. Podia ouvir os seus gemidos e a sua respiração ofegante ecoando pelo apartamento, sentir seu sexo escorregadio na minha boca. A pele macia na região da virilha. Sua coxa pressionando levemente o meu rosto entre suas pernas e seus quadris se erguendo e me impelindo... Ah... Eu estava embriagado... Afastei seu cabelo para o lado e beijei sua bochecha, senti seu cheiro mais intenso e penetrante e me dirigi à sua boca. Pressionei o seu lábio superior sobre os meus num beijo carinhoso e contido, mas não pude evitar minha língua ansiando de desejo. Lambi sua boca e suguei seus lábios, mordiscando-os. Ela gostava disso, eu sabia. Segui com a língua para o seu pescoço e o cheiro atraente foi ficando cada vez mais forte. Ela mudara de perfume e eu não havia percebido? Suguei a pela morna e macia, me ajustei no sofá para sentir melhor o seu corpo e me surpreendi ao deslizar sem querer a minha pélvis no seu braço, encaixando por um momento o meu amor teso e pulsante na mão dela. Soltei um gemido e ouvi o meu tesão claramente escorregando pelas paredes da minha sala.
Ah... A minha assexualidade de antes vibrava quente dentro da minha calça, apertada na frente, ajustando-se para machucar menos. Súbito, agarrei minha
garota para fazê-la sentir o quanto a desejava, lamentando seus olhos fechados, ela se espremeu ao meu corpo e eu não contive o impulso da minha mão apertando a parte de trás da sua coxa, subindo para agarrar a sua nádega esquerda. Por cima da roupa pude desenhar a sua lingerie pequena que fazia desenhos nas pontas dos meus dedos. De renda, eu sabia. E, ah... Eu dava pequenos espasmos de excitação... Esfregando-me cada vez mais nela. Sentia algo novo pulsando em mim, algo sem o qual eu jamais saberia viver novamente. Era o seu cheiro, seu maravilhoso cheiro que me embriagava, me domava, me afogava. Afastei suas pernas e a saia de pano mole não me ofereceu nenhum obstáculo para tocá-la mais intimamente... E eu queria mais, muito mais quando senti seu corpo por dentro da roupa. O atrito seco e macio do meu sexo quente na pele morna dela, abrindo caminhos dentro do seu corpo cada vez mais aconchegante... Deslizando para dentro dela cada vez mais macio... Pulsando dentro dela. De alegria. De tesão.
Ah, como ela estava sendo malvada comigo... Quieta no seu canto, sem sequer gemer. Eu quis machucá-la, fazê-la despertar e sentir seu gozo sincrônico ao meu. Mas sequer seu suspiro conseguia ouvir de tão excitado que estava. Comecei a injetar meu amor o mais fundo que podia no seu corpo, tocando com delicadeza e precisão o seu ventre. Inalando seu cheiro. Abrindo suas pernas para me aconchegar junto a ela. Meu corpo se movia clínico e conhecedor de si mesmo. Dentro e fora da minha amada, cada vez mais rápido, cada vez mais quente. Num ímpeto, puxei seu cabelo com uma mão e com a outra, segurei uma perna envolta ao meu quadril num encaixe que me fez ouvir seu gemido alto, quase um grito de dor, ao sentir meu sexo machucando seu útero com tamanha volúpia... Eu queria amá-la, queria machucá-la. Estava ensandecido. Soltei seu cabelo e desnudei metade do seu seio esquerdo, rasgando parte da blusa de seda que ela usava, descobrindo a renda negra que guardava sua feminilidade. Apertei com vontade, deixando sua pele clara avermelhada ao meu toque...
Oh, Elisabeth... Que dormia feito um anjo enquanto eu a devorava como outrora ela tanto ansiou...
Com pequenos espasmos, senti o gozo emergindo cada vez mais avassalador dentro das minhas veias. Continuei num movimento frenético dentro e fora daquela que eu amara tão assexuadamente... Meu corpo tremia, meu coração explodira bombeando sangue demais para as minhas têmporas pulsando junto com o meu sexo, como se fossem, ambos, estourar. Um, numa dor enlouquecedora, outro, num prazer insano...
As horas que se seguiram me fizeram escravo da luxúria. Mas os meus vizinhos já reclamam do cheiro que exala do meu apartamento. E eu não saberia que aquele odor tão delicioso que me fizeram amar Elisabeth há três dias, desde então, fosse tomar proporções tão enormes. E dói o meu coração ter de deixá-la partir. Espero que ela esteja feliz em saber que finalmente havia me seduzido.
Oh, Elisabeth... A quem eu amei tão deliciosamente.
Elisabeth, Elisabeth... Que era mortalmente alérgica a cogumelos.


Diana Sarmento, Alagoas, novembro de 2010


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