Doenças de veiculação hídrica. Inundação de casas. Morte em boca de lobo. A vida em perigo. Devido ao processo de urbanização desordenada, além de problemas originados pela desigualdade social, temos de conviver com os concernentes à drenagem, que parecem não ter fim: sejam perdas econômicas, horas paradas no trânsito, ou ainda o risco em que a vida humana é colocada.

Imagem da Rua França Morel, Centro da cidade de Maceió no dia 30/10/2010

Segundo Antônio Cardoso Neto, engenheiro civil especialista em recursos hídricos e servidor da Agência Nacional de Águas, Ana, drenagem é o termo empregado na designação das instalações destinadas a escoar o excesso de água, seja em rodovias, na zona rural ou na malha urbana.

Carlos Fernandes, professor do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, afirma que os sistemas de drenagem urbana são essencialmente preventivos de inundações, principalmente nas áreas mais baixas das comunidades, sujeitas a alagamentos ou marginais de cursos naturais de água. E entre os benefícios trazidos, estão: redução de gastos com manutenção das vias públicas; desenvolvimento do sistema viário; escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações; eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais; segurança e conforto para a população.

Imagens do Riacho Salgadinho, Maceió- AL, transbordando em 30/10/2010, registradas por Gustavo Peplau, aluno do Mestrado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da Universidade Federal de Alagoas.

Todos os anos cidades enchem, sofrem e as pessoas parecem simplesmente esquecer dos ocorridos. Os jornais noticiam, mas e daí? sempre fica do mesmo jeito. Será que é por que não sabem a quem cobrar?

Bom, no Brasil, institucionalmente, a infra-estrutura de microdrenagem é reconhecida como da competência dos governos municipais, isto é, deve ser de competência das prefeituras os serviços de guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, para minimização de risco à ocupação urbana.

De acordo o professor Marllus Neves, engenheiro civil doutor em recursos hídricos e saneamento ambiental e coordenador do colegiado do curso de engenharia ambiental da Ufal, a solução para drenagem não é concretar e retificar rios urbanos, transferindo os problemas para outras partes da cidade, é sim disciplinamento do uso do solo, reconhecimento da água como elemento que possui suas funções na área urbana e não como inimiga ou transportadora de poluição. É solução também conhecimento e preservação do ciclo hidrológico, reduzindo a impermeabilização do solo.

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