Entrevista Júnior Almeida (Nicollas Serafim)


Nosso primeiro colaborador é o amigo Nicollas Serafim, estudante de jornalismo. Ele conseguiu uma entrevista com o cantor Júnior Almeida, que também é a primeira do blog. Júnior Almeida é um dos mais conceituados músicos do cenário alagoano. Com mais de 20 anos de carreira, três álbuns lançados e um em produção, já contabiliza apresentações em praticamente todos os palcos alagoanos. Atualmente, está trabalhando no quarto disco de estúdio chamado “Mar do Mundo” e apresentando o show que leva o mesmo nome. Nosso amigo Nicollas pode voltar quando quiser. A casa é sua.

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- Como foi o começo da sua formação musical e as primeiras composições?
O começo foi nas farrinhas de violão com os amigos. Adorava música, mas a timidez me deixava dúvidas sobre a possibilidade de ser músico, mais precisamente cantor. Escrevia algumas canções. Participei de uns festivais secundaristas. Não lembro muito das músicas que escrevi nesse período. Porém, umas delas ficou como um aviso de que o caminho musical seria inevitável. Dei o nome de "Verde" (hoje vejo que foi bem apropriado para a época). Até hoje essa música esta presente no meu repertório.
Mas o despertar mesmo, a hora que eu pensei "é isso que quero pra vida", foi no IV Festival Universitário de Música, promovido pelo DCE. Na época era a maneira mais prática para quem queria participar da cena musical. Inventamos uma banda que se chamava "Caçoa mas Num Manga". E com ela subi ao palco pela primeira vez me sentindo um artista de verdade.
- Quais as suas influências musicais?
Eu sempre procurei ouvir de tudo. Mas tenho uma lembrança musical muito forte da tropicália. Mais precisamente dos participantes desse movimento. Gilberto Gil, Caetano, Rita Lee... No paralelo tinha Chico Buarque, Rolling Stones, Led Zeppelin, Martinho da Vila... uma grande salada.
- Como você chegou a gravar o primeiro disco 'A lua não pertence a ninguém (1999)'?
Depois de muito tempo de trabalho com a música. Era muito difícil gravar. Muito caro. Tínhamos que ir para outra cidade. Em Maceió não existia estúdio. Foi inesquecível por ser o primeiro. Gosto do repertório. Mas tecnicamente tem limitações.
- Fale sobre seu próximo disco.
Vai se chamar "Mar do Mundo". Acho que é o meu trabalho mais resolvido. A sonoridade e as canções traduzem muito bem o meu jeito de sentir e pensar a música. Acho que é o efeito do tempo. A tal da maturidade.
- Quais os planos após o lançamento?
Fazer shows, muitos shows. Levar o novo trabalho para o maior número de pessoas e lugares.
- Hoje com três discos gravados e um pra ser lançado, e tendo explorado várias vertentes da música, é possível definir seu trabalho hoje num segmento musical apenas?
Eu não consigo. Tenho uma dificuldade danada de nominar. Nunca consegui responder direito aquela pergunta inevitável: "Qual é o seu estilo"? Talvez seja uma mpb mais ampla... e bota amplitude nisso...
- O que você acha da arte como um todo feita aqui em Alagoas?
A produção dos artistas alagoanos é fantástica. É tão boa que consegue sobreviver ao descaso. Historicamente não somos um povo que valoriza os seus artistas. E como os governos são reflexos do povo, as políticas públicas não ajudam muito na formação de uma nova visão sobre o assunto. Mas as pessoas estão aí. Ouvindo, participando, indo aos shows, mostras de arte... Quem sabe um dia a coisa pega? Eu aqui respondendo às suas perguntas já é um bom sinal. Tenho certeza que pessoas como você vão fazer a diferença.


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2 Response to "Entrevista Júnior Almeida (Nicollas Serafim)"

  1. aleckse says:

    É como o Júnior Almeida diz na última linha, é com pessoas de bom gosto e cultura que se faz a diferença, Parabéns pra esse jovem estudante de jornalismo pela entravista, e um grande futuro lhe espera. Felicidades

    Unknown says:

    Muito boa essa iniciativa de entrevistar um musico da terra, esses que são uns verdadeiros lutadores por um espaço da sua arte no estado.Parabéns Nicollas!

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