Vamos pro 2º turno
As pessoas não gostam de política! Sei disso porque escrevo sobre isso. Por isso mesmo as pessoas não gostam de sair de casa em pleno domingo para ir até uma determinada escola votar. Quem dirá com horário de verão! Nem quem trabalha gosta de trabalhar. Que o diga o texto de nossa mesária intermitente Raíssa Bandeira. E então, por um azar do destino, essa eleição tem segundo turno – e no meio de um feriadão. Tenso!
Muita gente não vai votar. Paga-se uma multa de R$ 5,00 por não fazê-lo e você, descontente com o mundo político desde décadas (tendo seu ceticismo absorto sido reforçado pela eleição de Tiririca) prefere ir a praia que ajudar qualquer candidato a se reeleger. Pra você tudo vai dar no mesmo, mesmo. Melhor então, aproveitar quatro ou cinco dias de conforto com a família, reiterando laços.
Então você não vai, e meu papel é lhe convencer. Porque eu sirvo a uma conspiração internacional conta o bem estar humanóide. Ou só porque eu gosto de política. Uma coisa ou outra. Mas eu queria dizer a você que o segundo turno é um momento importante para a democracia. Talvez mais que o primeiro.
O mecanismo do segundo turno permite que um candidato só possa ser eleito se tiver a maioria absoluta dos votos. Por exemplo, vamos imaginar um cenário com quatro candidatos em que as votações no primeiro turno fossem: A (40%), B (30%), C (20%) e D (10%). Se não houvesse segundo turno, A venceria, mesmo com 60% dos eleitores não querendo ele no determinado posto ao qual eles estavam concorrendo. Eu não sei quanto a vocês, mas eu não imagino uma democracia em que a maioria não possa ser ouvida. Por isso há o segundo turno, para que a maioria possa dizer se aceita A ou se prefere B.
Por isso, deixe a preguiça de lado um pouquinho. Você pode ficar esses dias em casa, aproveitando o aconchego do lar com sua família. Tenho certeza de que faz muito tempo que vocês não sentam na mesa juntos, ou assistem um bom filme em DVD. Façam isso, o feriado inteiro, e depois, tiram uma única hora no próximo domingo para dizer o que pensam. Juro que vale a pena dar essa forçinha a democracia. O resultado do seu não-voto pode ser bem mais caro que a multa de R$ 5,00.
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Este episódio colocado por você além de ser muito bem colocado é uma realidade em que nós brasileiros nos deparamos. A maioria da população além de desprezar seus direitos conquistados com grandes lutas no passado, só tende a exercer seus direitos por situações de troca, mas específicicamente em sifras, se é que me entende. A maioria abre mão de exercer seu direito ao voto, deixando de escolher um candidato que venha trazer melhorias e não aniquile o que já está iniciado em favor das classes dominantes. Por isso e muitas outras medidas impensadas, ou despreparadas, numa sociedade que entrega facilmente as medidas estatáis, ou no caso de Alagoas, aos grandes imperadores agroaçucareiros vivenciamos este retrocesso de uma classe sem condições nem ao menos de opnar corretamente.